Preso político cubano que morreu após greve de fome ganha documentário
Preso político cubano que morreu após greve de fome ganha documentário
A história do preso político cubano Orlando Zapata Tamayo, que morreu em fevereiro deste ano após 85 dias em greve de fome, ganhou um documentário de 57 minutos intitulado "¡Zapata vive!"
O filme mostra "o sacrifício de Tamayo e sua vontade de enfrentar o regime totalitário castrista", desafio que pagou com sua própria vida, disse à Agência Efe Pedro Corzo, co-produtor do documentário.
Zapata, que morreu aos 42 anos, "nasceu sob um regime totalitário, sem direitos nem liberdades", mas "tinha consciência" desses valores, segundo Corzo.
De acordo com o co-produtor do documentário, o filme mostra imagens de Zapata quando jovem, dos locais onde desenvolveu sua atividade política, assim como o testemunho de pessoas que sofreram junto com ele a privação da liberdade na oposição ao regime e por exigir o respeito aos direitos humanos.
Zapata Tamayo foi um dos 75 dissidentes condenados na primavera de 2003 a penas de até 28 anos de prisão. Foram muitas as vozes dentro e fora de Cuba que culparam o regime castrista por sua morte, lembrando o abandono em que esteve e as torturas às quais foi submetido.
A dissidência cubana assegurou que foi a privação de água durante 18 dias à qual foi submetido pelo regime que agravou seu estado de saúde e causou danos irreversíveis em um rim.
"Quando seu estado se agravou, o transferiram para um hospital de Havana, mas já era tarde", diz Corzo.
Com a greve de fome, Zapata reivindicava que fosse tratado como prisioneiro de consciência e que a libertação de presos políticos doentes.
O documentário, dirigido pelo cubano Wenceslao Cruz, inicia com a voz e imagens de Zapata Tamayo e de sua mãe, Reina Luisa Tamayo, que sofreu assédio e maus-tratos por parte das autoridades e grupos pró-governo por se negar a não denunciar que a morte de seu filho foi um assassinato.
O documentário contém gravações realizadas em Cuba, na Espanha e em várias cidades dos Estados Unidos.
Fonte: EFE